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Revista digital sobre o Terceiro Ciclo de Cinema Paraibano, ocorrido no Estado da Paraíba entre os

anos de  1979 e 1985. A revista Bitola-8, orientada pelo professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Pedro Nunes Filho, foi desenvolvida para obtenção do título de bacharel em Comunicação Social - UFPB

QUEM ESCREVE

Elaborada pelos futuros jornalistas Arthur Morais Jéssica Sales, o trabalho desenvolvido na revista Bitola-8 permitiu explorar três paixões em comum aos dois estudantes: revistas, jornalismo cultural e cinema.

Universidade Federal da Paraíba 

Centro de Comunicação

Turismo e Artes

Departamento de Jornalismo

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Banca Examinadora:

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Professor Phd Pedro Nunes Filho

Professor Dr. Bertrand de Souza Lira

Professor Me. José Everaldo de Oliveira Vasconcelos 

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CHAMADA PÚBLICA

Chamada Pública de artigos para publicação como capítulo no livro De GADANHO a CLOSES: cinema Super-8, memória & resistência cultural na Paraíba

Desenhos de: Tereza Cristina, Solange Tinôco de Medeiros e Gláucia Ferreira de Lima; retirados da publicação Gadanho: o que os estudantes escreveram, de autoria de João de Lima

          A Produtora O IMAGINÁRIO é TV e a coleção editorial Pensamento Complexo & Memória ReaVIVAda lançam Chamada Pública para o recebimento de artigos e entrevistas compreensivas sobre o Terceiro Ciclo de Cinema na Paraíba, neste ano de 2019 em que o filme (realizado na bitola super-8) intitulado Gadanho (1979), de autoria de João de Lima e Pedro Nunes, completa 40 anos.

                A chamada de artigos e entrevistas compreensivas para produção de livro eletrônico ainda pretende levantar discussão sobre a relevância do filme Closes (1982), de Pedro Nunes, considerado enquanto outro marco referencial daquela produção documental, por incorporar elementos ficcionais em sua narrativa, com circulação local, regional e nacional.

          Os dois filmes, apontados por diferentes pesquisadores como marcos iniciais do Terceiro Ciclo de Cinema na Paraíba, deverão ser discutidos no contexto de outras produções audiovisuais relevantes produzidas pelo Núcleo de Documentação Cinematográfica da UFPB (através do convênio de Cinema Direto firmado com a Associação Varan – França), experiências desenvolvidas no âmbito da Oficina de Comunicação, Departamento de Artes e Comunicação, incentivos de Bolsa Arte (todos da UFPB), iniciativas independentes e outros. Nesse contexto de formação, incentivo e resistência cultural pode-se, ainda, destacar o papel do Curso de Comunicação Social da UFPB (criado no segundo semestre de 1977), com vários professores com formação na área de Cinema e que, de certo modo, enquanto novos protagonistas da educação, contribuíram para o desencadeamento desse novo surto de produção cinematográfica, associado ao trabalho de mobilização cultural em escolas, comunidades, associações comunitárias e cineclubes.

          Há nesse recorte histórico-metodológico proposto para o livro um conjunto de outras iniciativas culturais que podem ser destacadas — a exemplo de mostras de cinema independente, produção de manifestos, exercício da crítica cinematográfica, animações culturais com utilização de filmes paraibanos, circulação de jornais alternativos, movimentação de grupos teatrais e edições artesanais de poesia e quadrinhos — e que foram desenvolvidas em um contexto de resistência cultural, em pleno período da ditadura militar brasileira.

          Há nesse período de retomada do Cinema Paraibano vários outros “movimentos” que, preferencialmente, adotaram a bitola Super-8, notadamente nos estados de Pernambuco, Ceará, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

          Os artigos submetidos para o livro coletivo provisoriamente intitulado De GADANHO  a CLOSES: cinema Super-8, memória & resistência cultural na Paraíba, através de seus autores e autoras, poderão fazer conexões livres com essas diferentes iniciativas que brotaram em contextos estaduais ou nacionais.

 

Condições de participação para submissão de artigos

 

1. Poderão submeter artigos para o livro De GADANHO a CLOSES: cinema Super-8, memória & resistência cultural na Paraíba todos(as) os(as) interessados(as) em discutir os filmes e contextos socioculturais relativos ao Terceiro Ciclo de Cinema da Paraíba, com suas marcas políticas e estéticas diferenciais no período de vigência do regime militar no Brasil (1964-1985). Além das submissões por via de Chamada Pública, a obra contará com a contribuição de pesquisadores(as), especialistas e realizadores do referido ciclo de cinema, na condição de colaboradores-convidados.

2. Poderão participar da Chamada Pública os(as) graduandos(as), graduados(as) e mestrandos(as) (de qualquer área do conhecimento) interessados pela área de Memória do Cinema e do Audiovisual da Paraíba, desde que estejam supervisionados(as) por um(a) professor(a) doutor(a). Mestres, doutorandos(as) e doutores(as) poderão submeter artigos individualmente.

3. Os artigos deverão ser INÉDITOS e conter entre (no mínimo) 10 (dez) e (no máximo) 20 (vinte) laudas, devendo seguir as normas da ABNT. Em caso de interesse, e mediante solicitação por e-mail, será disponibilizado um modelo que poderá funcionar como espelho para a produção do artigo.

4. No caso de comprovação quanto a existência de plágio ou AUTOplágio (com citações sem referenciações) os artigos serão recusados sem a possibilidade de nova submissão.

5. Os artigos submetidos pela via da Chamada Pública e com as contribuições dos pesquisadores-convidados passarão pelo crivo dos organizadores, observando-se estritamente o foco e escopo de abordagem proposta e, em caso de necessidade, serão encaminhados para um(a) examinador(a) externo(a) com vistas a um processo de avaliação às cegas do artigo.

5.1 Os(as) pesquisadores-convidados(as) preliminarmente sondados pela equipe editorial para produção de artigos são os seguintes: Elisa Cabral (UFPB); Laércio Teodoro da Silva (UFCG); Alexandre Figueirôa (Unicap); João Batista de Brito (UFPB); João Carlos Massarolo (UFSCar); Bertrand Lira (UFPB); Arthur Morais (UFPB); Fernando Trevas (UFPB); Vânia Perazzo (UFPB) e Everaldo Vasconcelos (UFPB).

6. Após aprovação, todos os artigos passarão por um criterioso processo de REVISÃO referente à norma, estilo e adequação editorial. O trabalho de REVISÃO será realizado pelo jornalista Cicero Silva (MTB 3591/PB designado pelos organizadores.

7. Os custos referentes ao processo de REVISÃO de cada artigo proposto ficarão sob a responsabilidade dos autores/autoras com artigos aprovados para compor o livro.

8. A submissão de artigos e entrevistas compreensivas e as contribuições de convidados implicará no ACEITE por parte de todos os autores/autoras das normas dispostas na presente Chamada Pública. Para tanto, cada autor/autora deverá encaminhar DECLARAÇÃO com assinatura eletrônica, juntamente com o artigo, informando estar de acordo com todas as condições previstas na Chamada Pública.

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CRONOGRAMA

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• Prazo final para submissão: 15 de Janeiro de 2020.

• Notificação de aceite e possíveis sugestões de correção serão emitidas pelos organizadores em até 15 dias após o recebimento do artigo/entrevista compreensiva.

• Data (prevista) para publicação do livro: entre março e maio de 2020. Os artigos deverão ser encaminhados simultaneamente  para os seguintes e-mails: tecnovisualidades@yahoo.com.br  e jdlg@uol.com.br

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RECOMENDAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 

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AMORIM, Lara Santos de; FALCONE, Fernando Trevas (Orgs.). Cinema e memória: o super-8 na Paraíba nos anos 1970 e 1980. João Pessoa: Editora da UFPB, 2013.

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FIGUEIRÔA, Alexandre. O Cinema Super 8 em Pernambuco: do lazer doméstico à resistência cultural. Recife: Edições Fundarpe, 1994.

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GOMES, João de Lima. Cinema paraibano: um núcleo em vias de renovação e retomada. São Paulo: USP, 1991.

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GOMES, João de Lima. Gadanho: o que os estudantes escreveram. Cadernos de Comunicação e Realidade Brasileira, João Pessoa, n. 0, p. 29-33, 1980.

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LIRA, Bertrand; ANDRADE, Matheus (Orgs.). Documentário paraibano: modos de representação do real [recurso eletrônico]. João Pessoa: Ideia, 2016. Disponível em: <https://publi.ufpb.br/index.php/elivre/catalog/download/92/78/201-1?inline=1> Acesso em: 26 out. 2016.

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MARINHO, José. Dos homens e das pedras: o ciclo do cinema documentário paraibano (1959 -1979). Niterói: EdUFF, 1998.

​

MORAIS, Arthur; SALES, Jéssica. [Revista] Bitola-8. João Pessoa: CCTA-UFPB, 2016. Disponível em: <https://bitola-8.wixsite.com/revista>. Acesso em 17 out. de 2019.

​

NUNES, Pedro. Violentação do Ritual Cinematográfico: Aspectos do Cinema Independente na Paraíba - 1979-1983. São Bernardo do Campo: UMESP, 1988. (Dissertação de Mestrado em Comunicação Social).

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SILVA, Laércio Teodoro da. Parahyba masculina feminina neutra: cinema (in)direto, super 8, gênero e sexualidade (Paraíba, 1979-1986). Fortaleza: UFC, 2012. (Dissertação de Mestrado em História Social. Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/6151/1/2012-DIS-LTSILVA.pdf>. Acesso em 18 out. 2019.

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SILVA, Laércio Teodoro da. Super 8 e imagens do povo: novas experiências no cinema paraibano?. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 26., São Paulo. Anais... São Paulo: ANPUH, 2011. p. 1-17.

EDITORIAL

SUPER-8 NA PARAÍBA: RENOVAÇÃO, TRANSGRESSÃO E INSPIRAÇÃO

Fotografia  tirada durante a filmagem de Gadanho (1979),  acervo pessoal do professor da UFPB João de Lima

Em meados de 1979, dois estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), inflamados por uma reportagem que denunciava a vida sub-humana de catadores de detritos no lixão do Roger, em João Pessoa, decidiram realizar um filme abordando essa temática. Dispondo apenas de uma câmera super-8 modelo Yashica e alguns cartuchos doados pela Universidade, João de Lima e Pedro Nunes gravaram Gadanho (1979) e marcaram o início do surto com marcas superoitista do cinema paraibano.


Também conhecido no meio acadêmico como Terceiro Ciclo de Cinema, já que antes da fase do super-8 houveram dois outros períodos marcantes na produção cinematográfica da Paraíba, esta etapa é marcada pelo uso da bitola 8mm – película nova, mais acessível e considerada amadora quando comparada às de 16mm e 35mm.


Apesar de ser considerado um marco do movimento, Gadanho não foi o primeiro filme paraibano gravado em super-8, outras produções exploraram o 8mm antes de 79, mas nada com o impacto político-social que estava por vir nos anos da década de 1980.


Após o filme de João de Lima e Pedro Nunes, por meio do programa Bolsa Arte da UFPB, da Oficina de Comunicação, do Curso de Comunicação Social e do Núcleo de Documentação Cinematográfica (NUDOC), ocorreu uma intensificação das produções com o apoio da universidade e investimento internacional. No início da década de 1980 houve uma explosão de produções questionadoras que romperam o silêncio e jogaram luz em temas que foram obscurecidos pela ditadura civil-militar que assolava o país desde 1964. 


Encorajados por movimentos sociais, o Terceiro Ciclo de Cinema trouxe à tona discussões sobre a sexualidade, com ênfase na homossexualidade, contestando a conjuntura política nacional e mudando a forma de fazer cinema na Paraíba. 


O cinema em Super-8 renovou o cenário cinematográfico local, rompendo as liturgias e padrões imposto por uma sociedade adormecida que demandava um contraponto ao regime golpista estabelecido e à sociedade conservadora. Dessa forma, propomos, com esta revista digital, contribuir com a divulgação, o resgate e o debate universitário acerca do cinema superoitista. 


Pretendemos projetar uma outra perspectiva, uma conexão da exaltação popular da década de 1980 com os dias atuais. Sobretudo pelo contexto político-social que se encontra a sociedade brasileira atualmente, em que vemos direitos conquistados serem ameaçados por líderes corruptos e pela promiscuidade entre os poderes executivo, legislativo, judiciário e a imprensa.


Acreditamos que o jornalismo consiste na arte apurar fatos, checar informações e transmitir ao seu público-alvo conteúdo idôneo acerca de qualquer tema trabalhado.  Dessa forma, o jornalista contribui para evolução do desenvolvimento da sociedade.  Por isso, a Bitola-8 leva ao público assuntos que foram e ainda são importantes para discussão social, através de produções locais que exercem um importante papel na preservação da memória cinematográfica da Paraíba.

 

Boa leitura a todos!

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